Será que
existe uma hora certa para o primeiro contato com a tecnologia? Vejamos os
seguintes casos:
Apesar da
diferença de idade, a Laura e o Gabriel têm muito em comum. Além de
inteligentes, super espertos e hiperativos, os dois nasceram imersos em
tecnologia. A Laura já tem 10 anos, mas teve seu primeiro contato com tablets e
smartphones antes de completar dois anos de idade; o Gabriel ainda só tem três,
mas também já aprendeu há algum tempo as artimanhas das telas sensíveis ao
toque e até dos teclados. O Gabriel é fanático por joguinhos e também
bastante ágil; sabe usar a senha para destravar o aparelho, trocar de
aplicativos e até tirar fotos! A Laura vai além dos jogos; ela já tem perfil no
Facebook e usa o tablet que ganhou no final do ano passado também para ouvir
música, ver filmes e até para se comunicar.O Gabriel e a Laura aprenderam a
brincar no smartphone antes mesmo de falar ou andar.
A
psicóloga Andréa Jotta explica que esse “timing” depende muito do estilo da
família; quanto mais conectados forem os pais, mais cedo os filhos terão
contato com a tecnologia. Mas outro fator também facilitou bastante a entrada
dos pequenos no mundo “hi-tech”. "De uns dois anos para cá, temos
visto a entrada das crianças na tecnologia graças à tela de toque. Se
antigamente eles precisavam ter entre 7 e 8 anos para poder digitar e chegar
onde elas querem. Com a tela touch é só tocar. Por isso, tem crianças muito
pequenas usando touchscreen", afirma a psicóloga Andréa Jotta, do NPPI
(Núcleo de Pesquisa da Psicologia em Informática) da PUC-SP. A relação
entre crianças e tecnologia divide opiniões, mas segundo a psicóloga, não tem
porque proibir. As mães do Gabriel e da Laura concordam, mas também entendem
que é preciso haver certo controle sobre esse uso; mais do que isso, o ideal é
sempre expor a criança a diversos tipos de estímulos, diversificar suas
atividades e incluir o uso da tecnologia apenas como uma pequena fração dos
seus dias. A Laura tem tanta coisa pra fazer que nem pensa em ficar muito tempo
jogando ou conectada. "O que a gente vê como prejudicial é o uso
frequente. No nosso núcleo de pesquisas, não chegamos a mapear um uso excessivo
que aconteceu porque usou uma vez ou outra", explica a
psicóloga. Além do tempo de exposição, é preciso controlar também o que
essas crianças fazem no mundo digital. Seguro, nós sabemos que não é...e, mais
do que isso, a maior parte dos aplicativos disponíveis é voltado para
adultos. "Vale a pena acompanhar o uso pelo menos até os 16 anos. O
problema não é dá, é largar. A partir do momento que você dá este presente para
a criança, é a entrada deste jovem na virtualidade. Tem que ser acompanhado e
educado, como se faz na vida presencial", conta a psicóloga Andréa
Jotta. O futuro dessa geração que já nasceu conectada é tema recorrente de
discussões não só entre mães e pais, mas entre psicólogos e educadores. A
maioria acredita que, se controlado, o uso da tecnologia contribui bastante
para o desenvolvimento do raciocínio da criança. Mas o fenômeno é novo e ainda
não existe pesquisa suficiente sobre essa relação; principalmente aqui no
Brasil.
Doze anos
atrás, o país viveu um “boom” da internet com a popularização da banda larga.
Ou seja, já existe uma geração que foi exposta à tecnologia de alguma forma
desde muito pequenos. O Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática da PUC
de São Paulo avaliou duas vertentes desses jovens; primeiro os que conseguiram
introduzir a tecnologia naturalmente em suas rotinas sem abrir mão das outras
atividades. "Alguns pais conseguiram incluir a tecnologia na
rotina das crianças, que hoje são pré-adolescentes. Elas precisam fazer a
lição, comer, dormir, conviver com a família e usar a tecnologia. Nas famílias
que conseguiram neste uso adequado, sem abuso e sem prejudicar a vida
cotidiana, as crianças se acostumaram com a tecnologia com naturalidade, mais
até que os adultos", conta a psicóloga. Já os que usaram em excesso;
sem controle, explica a psicóloga, apresentaram alguns problemas difíceis de
reverter, como a falta de interesse por esportes ou qualquer outra atividade
física, desinteresse pela escola e até isolamento – o que pode ser considerado
grave no desenvolvimento de uma criança. O assunto é delicado, mas ao que
tudo indica, se a tecnologia simplesmente fizer parte da vida da criança e não
dominá-la, é algo que só traz benefícios. O detalhe importante é que não cabe
aos pequenos decidir o que é bom ou ruim, mas aos pais, que precisam entender
que o mundo mudou e que a tecnologia é cada vez mais presente nas nossas
vidas.
E você, o
que acha dessa história? Apoia ou condena o uso da tecnologia por crianças?
Será que existe uma idade certa? Participe dessa saudável discussão e deixe seus comentários no olhardigital.com.br.
Fonte:
olhardigital.com.br.
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